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"Mi vida rural en Aragón" de José Arbués

Cuando anoche encerré las ovejas tardanas en el corral de casa, y mientras entraba por la era de Larraga, decidí que hoy soltaría el rebaño hacia As Navas puesto que, a juzgar por las nubes que coronaban la sierra de Santo Domingo, no tardará mucho en llover y conviene, por tanto, agotar el verdinchón que ha crecido en los restojos estas pasadas semanas.

#Libros #Etnografía #Memorias #Aragón #CincoVillas #Fuencalderas 💚

Atravesso o portão levando comigo meus quase 58 anos, mas os levo como flocos de algodão, eles não me pesam, nunca pesaram, continuam não pesando e talvez algodão nem seja uma boa metáfora: cada um dos anos que essa consciência existe nesse corpo são como um álbuns de imagens que flutuam como nuvens ao alcance de uma inspiração. As memórias que acumulo, as vidas que vivi, são histórias que dão sentido à existir.

Então as brumas e idades que passam a que me refiro não, como pode parecer ao ver apenas o título, um lamento da velhice, uma velhice que não sei se um dia sentirei…

Mas uma cena despertou essas reflexões enquanto atravessava o portão do meu prédio a caminho de um lugar para passar 25 minutos andando e correndo em uma esteira mecânica auto-deslizante.

Duas adolescentes estavam atravessando o mesmo espaço que eu e um daqueles álbuns que flutuam entra as nuvens se colocou no meu campo de visão e as meninas desapareceram, o mundo todo desapareceu e eu estava oscilando entre 1980 e 2024, entre aquela realidade na mente adolescente de então e as mentes adolescentes de hoje.

Em mais uns 40 anos os adolescentes de hoje terão colecionado tantos álbuns nas nuvens quanto eu, até mais, espero, afinal o que faz a vida tão fascinante não é uma vida plana e com poucas experiências, é uma vida que vaga, que vive coisas, sejam boas ou ruins. E creio que hoje vaga-se muito mais do que nos anos 80.

No entanto não é isso que importa, não é mesmo? O que importa é o que pensamos do que somos, do que vivemos, das nossas perspectivas.

Entre as adolescentes e eu tem muitas outras idades!

Tem os vinte e bem poucos. O que estarão pensando, na média, claro, pois a todo momento tem milhões de pessoas pensando de milhões de formas diferentes; o que estarão pensando do que são, do que vivem, do que tem pela frente?

Sou, fui, sempre fui, uma pessoa deslumbrada no sentido de lançar os olhos para o futuro próximo, para o futuro distante. Aos 11 anos, portanto em 1978, quando o mundo se desesperada com o fim eminente em um conflito nuclear acidental e quase 10 anos antes do acidente de Chernobil, que nos traria outro medo, eu pensava que um dia todo conhecimento humano estaria como que flutuando ao nosso redor e poderíamos projetar em nossas paredes os quadros dos grandes pintores (tinha lido em algum lugar sobre a Internet).

A criança Roney se preocupava também com o fim do mundo, claro! Todo mundo já sabia naquela época dos problemas climáticos que estávamos criando, dos problemas que separavam a humanidade “Imagine there’s no countries, no religions, to”. Uma criança que chorava na janela do carro em movimento para a casa de praia preocupada com o futuro da humanidade, mas determinada a agir de alguma forma para ajudar as coisas a melhorarem…

Continuo sendo aquela criança, muito embora venha me sentindo como se nadasse em um lago sem corrente ou vento que ajude a progredir e com longas algas que se enroscam em nossas pernas e ameaçam nos puxar para baixo. Não lembro desse lago, dessa suspensão de movimento, dessas algas nem na adolescência, nem nos vinte e poucos, vinte e muitos e nem mesmo nos trinta e vários anos.

Me pergunto se esse lago tem envolvido os adolescentes, os vinte e poucos, os trinta e muitos de hoje.

Isso seria muito triste… Mas ainda é vida! Um momento bem angustiante da vida, afinal estar no meio da água com um mundo estático ao redor e algas nos sufocando é uma experiência bem angustiante até mesmo se apenas nos serve como metáfora para um momento ruim da humanidade… mas ainda é vida a ser vivida!

Por outro lado vejo aqui ou ali, quando transito não entre nuvens, mas entre lugares bem materiais e palpáveis, gente que parece estar vivendo as festas que várias vidas minhas já viveram (e outras ainda viverão), sem lagos, pasmaceira ou algas.

É muito difícil… não, é uma tolice tentar imaginar como está o mundo dentro das pessoas! Há sinais, claro, mas coletividades são complexas e as pessoas não são geradores de bate-papo e podem viver de um jeito, experimentar a vida de outro, votar de várias formas diferentes dependendo de como acordaram no dia ou o que apareceu na rolagem infinita… uma sugestão séria: nos dias que tiver que tomar grandes decisões não olhe nenhuma rolagem infinita, olhe para o horizonte e para os seus sentimentos… e tratar ainda de outra forma esse ou aquele grupo de pessoas. Gente é um fenômeno complexo…

Talvez, penso tentando me desvencilhar um pouco das algas, a vida seja muito mais simples afinal! Talvez a gente devesse buscar a pessoa nadando mais perto e nadar juntos. Talvez alguém tenha uma prancha ou uma boia, uma vela que capture as breves e frágeis brumas que estão lá… elas sempre estão lá… pode ser que alguém saiba de um pier flutuante onde podemos sair um pouco da água, relaxar os músculos ao sol, levantar um pouco e olhar mais adiante.

Olhar mais adiante…

Essa talvez seja uma lição lá dos meus primeiros álbuns nas nuvens, quando li o Rebocador Toinho, muito depois O Senhor dos Anéis, um pouco depois Demian: sempre tem um mais adiante para ser visto e tem algo muito errado quando o mundo ao nosso redor nos faz crer que não existe “mais adiante” e que as cercas são todas intransponíveis ou ainda que de nada adianta lutar enquanto houver cercas, que não existe esperança enquanto existir capitalismo, enquanto existir bilionário, enquanto existir fascista, enquanto existir homem, enquanto existir gente… enquanto existir gente…

Acho que, de todas as cercas essa é a que me deixa mais triste, a que nos diz que o ruim no mundo são as pessoas. Sendo nós mesmas, pessoas! Não há solidão maior do que essa. A solidão de nós mesmas, que nos tornamos uma sombra vazia que rejeita a si mesma, que rejeita tanto a humanidade que vive em uma não existência. E nem é culpa de quem vive essa solidão! Talvez seja culpa da calmaria que não deixa as nuvens dos nossos álbuns de memórias chegarem até nós. E não só eles, afinal dos álbuns de memórias da humanidade estão registrados em livros, filmes e, ainda mais poderoso, nas histórias que contamos entre gerações e trocamos com outras amizades!

Gosto de pensar que, assim como minhas vidas adolescentes, as de vinte e poucos, vinte e muitos, cinquenta e muitos pensam coisas assim todas as outras vidas, ainda que em segredo pois é difícil abrir reflexões íntimas para o mundo, fazem o mesmo, estão nadando no mesmo lago e falta só o espaço de um suspiro para nos encontrarmos!

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Foto de kevin laminto na Unsplash

https://www.roney.com.br/devaneios/as-brumas-e-a-passagem-das-idades/

Preciso escrever. Nem imagino qual será o título desse post ou a imagem, mas sinto falta de escrever aqui.

Sei, no entanto, do que quero falar: das coisas pequenas e grandes da vida que todas nós compartilhamos de um jeito ou de outro, seja por vivê-las, seja por empatia.

Esse blog tem décadas. Literalmente. Começou em um tempo em que a Internet social era pequena e até ingênua e a gente fazia amizades na blogosfera, desabafava em nossos blogs e era um lugar seguro, afinal a Internet ainda era mato, como dizem.

Então, lá em 2008, a parada de tornar nossos blogs lucrativos foi crescendo, era o probloging. Sempre fui contra. Não por ser anticapitalista (se bem que também não tem como ser pró esse capitalismo que vivemos, né?) mas por ter certeza que tiraria a espontaneidade dos blogs.

Uma coisa que a gente faz por dinheiro é uma coisa que a gente faz pelos outros e blog devia ser algo que a gente faz por nós mesmas e, justamente por isso, acaba sendo tão inspirador para outras pessoas!

Ah! Também tem o lance de que manter um blog, mesmo com os Blogger da vida, era meio para nerd, né? Envolvia escolher uma imagem para o banner, aprender a usar o sistema e blogs também eram ilhas mal conectadas e bem egocentradas, afinal quem escreve está em um pedestal e quem comenta fica lá no meio da multidão.

O surgimento das redes sociais online foi necessário, foi muito bom na verdade! Tanto que, mesmo blogueiro há muitos anos, mergulhei nelas! Da Six Degrees até a explosão que foi o Orkut. Adorava o Multiply. Essas todas foram morrendo ou virando mato de novo e o Facebook e o Twitter (tadinho dele, todo desfigurado) dominaram! A gente fazia lá, muito melhor, o que já fazíamos nos nossos blogs.

Aliás antes dos blogs vieram as redes sociais online como BBS, IRC, NewsGroups (Usenet). Facebook e Twitter já eram uma evolução dessas redes, que eram difíceis de acessar até pq pouca gente tinha acesso à Internet nos anos 90.

A primeira coisa que quero dizer é que conviver online pode ser muito bom! É muito bom sempre que a convivência é pelo calor humano e não pra vender aparências.

E nem é culpa das pessoas se venderem nos Instagram e TikTok e outras plataformas sociais comerciais mediadas por algoritmos… Aliás… No começo os algoritmos eram feitos para a gente ver mais as pessoas com quem nos identificávamos mais, cujos assuntos nos interessassem mais. Eram bons algoritmos, mas nos ajudar a interagir com mais gente não era o objetivo daquelas plataformas, era ganhar dinheiro… E tudo bem, empresas precisam ganhar dinheiro para serem viáveis, né?

O que talvez não seja viável é transformar o relacionamento humano em fonte de lucros para os outros.

Também é bem ruim a gente ter que se vender online em vez de ter nosso trabalho e nos divertir com outras pessoas (se possível nos divertirmos também com o trabalho).

Quando a gente gosta de fazer uma coisa e pensamos em transformar essa coisa em fonte dos recursos para a nossa sobrevivência acho que devemos nos perguntar como nos sentiremos tendo que fazer alquilo por obrigação? Ajustar o nosso trabalho às expectativas e desejos do mercado. Não estaremos mais fazendo para a gente, né? Tem excessões, mas uma grande parte dos hobbies perde toda a graça se vira um trabalho que fazemos para os outros.

Quando é relacionamento é pior ainda! Nas plataformas sociais a gente acaba sendo levada a buscar curtidas, compartilhamentos, seguidores e seguidoras e isso nem é definido pela tendência social e sim por algoritmos programados para dar dinheiro para a plataforma onde estamos tentando conviver! A gente tá trocando amizades por… sei lá o quê!

De um bom tempo para cá as plataformas sociais comerciais mediadas por algoritmos acabaram para mim. Ficava por lá meio por inércia e muito por nostalgia, por saudade de quando era MUITO bom!

Achei o título! Memórias das Vidas Cibernéticas, ou vidas online. Vou deixar cibernética pq acho que desperta mais reflexão.

Passei anos sem viver online, muito embora estivesse por lá, interagindo e sendo influenciado por algoritmos sem notar a extensão da influência (meio vergonhoso para alguém que mantém um blog sobre cibercultura). Aí veio um governo aterrador em 2018, logo depois a pandemia nos trancou em casa por dois anos e minha cabeça não estava boa. Não tinha mais a comunidade calorosa online, não achava que devia desabafar aqui, então comecei um diário fechado só para mim (no Obsidian, qq dia falo em gerenciamento do conhecimento pessoal) e foi muito bom! Até compartilho um dia ou outro com uma pessoa ou outra MUITO próxima… pelo menos emocionalmente, pq a pessoa com quem mais compartilho mora do outro lado do oceano…

Nossa… Que post longo, que enxurrada de fluxo do pensamento… Será que ele será útil para alguém desse jeito? Bem, o tempo dirá! Ou não… mas o que importa é que o post existe.

Ainda tenho que pensar em uma imagem para usar… Alguém atravessando uma estrada escura? Umas pessoas vendo o sol nascer?

Como estou me sentindo? Isso ajuda.

Talvez pareça um post triste, mas ando muito feliz pq tenho visto que a humanidade sempre dá um jeito. Se aquele espírito caloroso das primeiras redes sociais esteve se apagando surgiu o Fediverso tentando trazer de volta a comunicação expontânea, o que não é tão fácil pq não basta não ser uma plataforma, não ser comercial, não ter algoritmo pq as pessoas estão condicionadas. Ainda outro dia umas pessoas que conheço, quando falei que estava esperando por elas no Fediverso, disseram que “não conseguem sair do X”. Ela não disseram que estão felizes lá, disseram que não conseguem. Fiquei sem graça e deixei o assunto morrer. Espero que elas consigam sair, nem que seja para lugar nenhum. É muito ruim estar numa prisão.

Tá faltando só uma coisa para esse post.

Eu tô feliz ultimamente e não é só por estar encontrando calor humano online de novo, mas por perceber que não preciso do que os Instagram e TikTok da vida dão: um fluxo interminável de estímulos agradáveis (se vc tiver muita manha e conseguir controlar os algoritmos).

O TikTok que apaguei e não entro tem muitos meses, mas entro diariamente no Instagram para ver os stories de umas 12 pessoas que me importam e só estão por lá, mas se for para a minha “for you” de lá tenho milhares de vídeos de balé clássico, contemporâneo, feitos atléticos e uma sugestões-armadilha que, se clico, tenho que clicar em 10 ou mais vídeos legais para evitar que a FY fique contaminada.

Porque eu precisaria passar o meu dia todo vendo 483.187 vídeos agradáveis? Só se o meu dia-a-dia fosse muito ruim! O foda é que, mesmo que seja ótimo, o estímulo rápido e leve acaba distorcendo a nossa percepção de tempo e facilmente passamos 2h lá tendo um prazer que não nos preenche.

Ainda passo um pouco mais de meia hora por dia no Instagram, mas no momento que puder achar aquelas 12 pessoas em redes sem algoritmos apago ele sem pensar meia vez!

E por isso me sinto tão bem ultimamente, me sinto livre! A gente se sentia muito livre antes dos algoritmos feitos para seduzir a nossa atenção! Dávamos um Tweet e juntávamos dezenas de pessoas para ir ao teatro, ao cinema! As redes sociais eram a ponte de intermédio entre nós e os outros, e não tinha pilares de tédio! (Para me fazer passar por culto citando poeta cult).

Muitas pessoas que gosto muito estão numa vibe pessimista ou meio presas, mas a humanidade é resiliente, as pessoas são resilientes! Sei que o pessoal vai sair dessa e achar caminhos! Talvez até tenha um jeito de regulamentar as plataformas comerciais e elas voltarem a ser lugares saudáveis, aí o pessoal nem precisa se mudar, mas é que para mim… Bem, sempre fui nômade, um espírito meio irrequieto que nem mesmo área de trabalho consegue manter depois que percebe que não tem mais nada a aprender ali! Então esse espírito acaba estando entre os primeiros a mudar de mundo!

Você pode me achar no fediverso como @Roneyb. Essa blog também tá lá, é @Roneyb. Nos vemos por aí!

Imagem: Kevin Delvecchio

https://www.roney.com.br/agua/memorias-das-vidas-ciberneticas/

«A Herzog lo define haber seguido los pasos de locos e iluminados, haber narrado aventuras que acaban en el desastre o la muerte, quizás en busca de un final para él mismo que esté a la altura de su leyenda. La suya no ha sido una vida en busca de hogar, sino una vida en constante desplazamiento, para establecer un paralelismo entre el carácter depredador y nervioso de la Naturaleza y el carácter compulsivo pero determinado de los seres humanos.»

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